“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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15.12.08

Léxico Socrático 2

“Plano anti-crise”, expressão que ouviremos amiúde, vai servir de desculpa para esbanjar milhões a um ritmo bastante acelerado. Aliás os primeiros sinais do dinheiro deitado aos pardais já está aí, com Teixeira dos Santos, numa atitude algo patética, a dizer que é preciso pressionar os bancos para que o dinheiro das linhas de crédito chegue à economia real, isto é às empresas. Nada que não se tivesse previsto, convinha só esclarecer o que é que é isso de “pressionar os bancos” e como é que o ministro o propõe fazer. Quem é que vai pressionar? Ele aparentemente não consegue. O Banco de Portugal que até agora mostrou o péssimo supervisor que é? O Primeiro-ministro? As ONGs? O depositante? A polícia? O fisco? E como é que isso se faz? Com cartas intimidatórias? Manifestações de rua? Aplicação de sanções? Como? Eu não faço ideia e aposto que os bancos, neste caso, serão muito pouco pressionáveis. O dinheiro já está do lado deles. Talvez se descubra mais cedo do que prevíamos as virtudes do capitalismo e o quão inconveniente pode ser o braço longo do Estado.

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