Estes são os tempos dos politólogos. Nos últimos anos reproduzem-se com um dinamismo peculiar e a pouco e pouco vão tomando conta de comentário político nas televisões, e outros meios de comunicação. Fazem-nos crer representar um assepticismo pretensamente livre de bactérias partidárias, de vírus corporativos, e não contaminados pelo regime que, no entanto, lhes assenta como uma luva e lhes dá sustento. Falam de alto de uma qualquer cátedra da nossa academia, e comportam-se como se estivessem ”de fora” desse mundo conspurcado que analisam e comentam, assim como quem analisa os comportamentos das abelhas, não fosse aquela luz de cepticismo de quem “já percebeu tudo” e de quem já percebeu “como tudo vai acabar”. Falam de uma realidade que tentam afastar de si, como se nada dentro dessa realidade os movesse ou interessasse, como se nós acreditássemos, e como se isso fosse possível neste pequeno jardim que é Portugal onde todos os interesses se cruzam interligam e traficam. Usam uma linguagem pretensamente académica e normalmente são desprovidos de interesse, de alma e de paixão. Ouvi-los é, para mim, um tédio absoluto e uma irritação.
Parece que este é o caminho que a plastificação da sociedade, que organismos diferentes como a ASEA, ou a ERC, tentam implementar (numa directiva polémica), onde se inclui também a plastificação do comentário político. Na carta que Estrela Serrano escreveu para o Abrupto, ela dá-nos uma antevisão desse mundo de plástico regido por quotas e igualdades impostas artificialmente. Toda a carta é merecedora de atenção e comentário, mas detenho-me numa frase que é exemplar, pois ilustra uma “forma de estar“ que vive da administração, da legislação e da regulação impondo formas pouco naturais (contra-natura), para uma democracia e em sociedades que prezam o indivíduo e a liberdade individual, tal a artificial igualdade e controle que preconizam. Diz Estrela Serrano, nessa frase que
1- a liberdade editorial e os critérios jornalísticos não são absolutos e
2- que em período eleitoral os critérios jornalísticos não podem sobrepor-se ao princípio da igualdade de oportunidades e da não discriminação entre candidatos. A propósito desta segunda parte da frase , mais à frente ela refere-se a candidatos de primeira e candidatos de segunda (acusando JPP de os discriminar uns dos outros).
Em democracia a liberdade de opinião ou é absoluta ou não é. A liberdade editorial ou é absoluta ou não é. Ponto final e parágrafo.
Os candidatos de primeira e os candidatos de segunda não são definidos por JPP, (que parece estar mais do que nunca no auge da sua influência a julgar pela capacidade de irritação que provoca em tantos sectores), por muito que isso lhe custe a ele ou a quem quer que seja que lhe queira imputar essa responsabilidade. O voto popular, traduzido em mandatos, é que determina quem são os candidatos de primeira e os candidatos de segunda. José Sócrates, candidato a Primeiro-ministro e Manuela Ferreira Leite, candidata a Primeira-ministra são simplesmente diferentes de candidatos como Carmelinda Pereira ou como Rui Marques. por muita que seja a simpatia que possamos nutrir quer pelas pessoas quer pelas causas que representam.
(Continua)
.
Parece que este é o caminho que a plastificação da sociedade, que organismos diferentes como a ASEA, ou a ERC, tentam implementar (numa directiva polémica), onde se inclui também a plastificação do comentário político. Na carta que Estrela Serrano escreveu para o Abrupto, ela dá-nos uma antevisão desse mundo de plástico regido por quotas e igualdades impostas artificialmente. Toda a carta é merecedora de atenção e comentário, mas detenho-me numa frase que é exemplar, pois ilustra uma “forma de estar“ que vive da administração, da legislação e da regulação impondo formas pouco naturais (contra-natura), para uma democracia e em sociedades que prezam o indivíduo e a liberdade individual, tal a artificial igualdade e controle que preconizam. Diz Estrela Serrano, nessa frase que
1- a liberdade editorial e os critérios jornalísticos não são absolutos e
2- que em período eleitoral os critérios jornalísticos não podem sobrepor-se ao princípio da igualdade de oportunidades e da não discriminação entre candidatos. A propósito desta segunda parte da frase , mais à frente ela refere-se a candidatos de primeira e candidatos de segunda (acusando JPP de os discriminar uns dos outros).
Em democracia a liberdade de opinião ou é absoluta ou não é. A liberdade editorial ou é absoluta ou não é. Ponto final e parágrafo.
Os candidatos de primeira e os candidatos de segunda não são definidos por JPP, (que parece estar mais do que nunca no auge da sua influência a julgar pela capacidade de irritação que provoca em tantos sectores), por muito que isso lhe custe a ele ou a quem quer que seja que lhe queira imputar essa responsabilidade. O voto popular, traduzido em mandatos, é que determina quem são os candidatos de primeira e os candidatos de segunda. José Sócrates, candidato a Primeiro-ministro e Manuela Ferreira Leite, candidata a Primeira-ministra são simplesmente diferentes de candidatos como Carmelinda Pereira ou como Rui Marques. por muita que seja a simpatia que possamos nutrir quer pelas pessoas quer pelas causas que representam.
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