É verdade que José Sócrates “encostou” Francisco Louçã e ainda bem. À custa do seu (de JS) conforto da obra feita, uma convicção sua (de JS) que empenhadamente acarinha, e do delírio dos números bem trabalhados e estudados – gostei especialmente dos 130.000 empregos criados pelo governo, (por ele JS), antes da crise internacional, número que até agora não vi ninguém contestar ou pelo menos pedir uma explicação. Mas José Sócrates tem a vantagem de estar no poder e de decidir, algo que FL nem em sonhos nem em delírios imagina como seja. É essa leviandade que lhe (FL) permite abrir a boca e aceleradamente encadear frases demagógicas umas atrás das outras, que esbarraram nalguma realidade do poder e de quem (bem ou mal) decide. Claro que a visão da realidade e do país de José Sócrates é muito artificial e muito feita em laboratório de imagem e marketing, o que por vezes nos dava a sensação de ouvir um debate sobre uma outra dimensão, outro país, outra realidade, tão longe estavam os dois do país real. Um exemplo desse “desfasamento” foi a preocupação (ouvida pela primeira vez) de JS com a classe média e o cuidado em a demarcar do cliché “os ricos”, repetido ad nauseam ao longo da sua legislatura e inspiração para coisas absurdas que empobrecem ainda mais e pobre classe média como a “taxa Robin dos Bosques”. Outro exemplo é a afirmação de JS sobre (cito de cor) a maior crise do século no mesmo dia me que o INE anuncia o fim da recessão técnica ( a expressão “técnica” é toda um programa). Afinal onde estamos?
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