É-me penoso ligar a televisão e ver nos telejornais José Sócrates naquela sua nova e mansa persona pós-europeias e pós-perda-de-maioria-absoluta, falar insistentemente em diálogo. Duas notas:
Primeiro, não sei se o “diálogo” depois dos excessos do Guterrismo estará já devidamente reabilitado do ponto de vista político, nem sei se nós – eleitores (ou povo, conforme se queira), já estamos disponíveis para que essa palavra se torne num novo mantra destes próximos tempos. Mas reconheço que propor-se ao diálogo com a oposição assim sem preconceito, (cito JS) e de peito aberto é uma forma de colocar o ónus de eventuais falhas na governabilidade (que palavra feia!) na oposição. JS começa a encontrar formas de tentar sair ileso de futuros impasses.
Segundo, interrogo-me sobre a verosimilhança e boa-fé de tanta vontade de diálogo por parte de um homem, o nosso Primeiro-ministro José Sócrates, que nunca usou tal palavra , nem parecia sequer conhecer o conceito, quando era detentor de uma maioria absoluta, punha e dispunha do poder que o voto lhe proporcionou, e nunca foi tímido ou se inibiu de mostrar – mesmo perante o seu governo - que ele era sempre , e sem diálogo, o decisor. Eu sei que a necessidade apura o engenho, e que José Sócrates está numa situação diferente, mas uma tão ágil e fácil mudança de persona incomoda-me e desconfio da bondade das suas intenções tal como ele as proclama.
.
Primeiro, não sei se o “diálogo” depois dos excessos do Guterrismo estará já devidamente reabilitado do ponto de vista político, nem sei se nós – eleitores (ou povo, conforme se queira), já estamos disponíveis para que essa palavra se torne num novo mantra destes próximos tempos. Mas reconheço que propor-se ao diálogo com a oposição assim sem preconceito, (cito JS) e de peito aberto é uma forma de colocar o ónus de eventuais falhas na governabilidade (que palavra feia!) na oposição. JS começa a encontrar formas de tentar sair ileso de futuros impasses.
Segundo, interrogo-me sobre a verosimilhança e boa-fé de tanta vontade de diálogo por parte de um homem, o nosso Primeiro-ministro José Sócrates, que nunca usou tal palavra , nem parecia sequer conhecer o conceito, quando era detentor de uma maioria absoluta, punha e dispunha do poder que o voto lhe proporcionou, e nunca foi tímido ou se inibiu de mostrar – mesmo perante o seu governo - que ele era sempre , e sem diálogo, o decisor. Eu sei que a necessidade apura o engenho, e que José Sócrates está numa situação diferente, mas uma tão ágil e fácil mudança de persona incomoda-me e desconfio da bondade das suas intenções tal como ele as proclama.
.