“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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7.3.10

Há uma cena magistral (a melhor) no filme “An Education. (Atenção, spoiler). Penso na cena da revelação em que Jenny, percebendo-se enganada e traída, pede a David enfática, mas dignamente, para que ele não a obrigue a ter de dizer a verdade aos seus (dela) pai e pois ele deve-lhe, a si e a eles, a verdade da sua (dele) boca. Dá-lhe dois minutos e sem contemplações ela sai do carro e entra em casa de cabeça erguida com a maquilhagem dos olhos desfeita pelas lágrimas. Ele fica no carro, espera, bebe um golo, espera. Ela espera, os seus pais esperam. Finalmente ela ouve o carro dele a arrancar e partir. Ela fica só perante o olhar aturdido dos pais. Senti logo que só uma mulher poderia ter concebido e feito uma cena destas carregada de significado ou significados, bem como de história de história. Lembrei-me desta cena depois de ter lido este texto de Teresa Ribeiro em que fala actual presença das mulheres a fazer cinema.


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