Eu tenho pena que a Festa da Música do CCB acabe. Gostava daquele ar vagamente “grande superfície” da música clássica, gostava dos enormes programas desdobráveis em que tentávamos descobrir o que nos apetecia e podíamos ouvir, gostava do som ou de música ou da afinação de instrumentos que se ouvia a qualquer hora que por lá passássemos. Gostava de poder ir a concertos de manhã, gostava da confusão de gentes e famílias que por lá passavam e dos conhecidos que sempre acabávamos por encontrar. Gostava de poder ir a concertos que duravam menos de uma hora - nem podiam durar mais, tal o desconforto das cadeiras. Ouvi vários concertos ao longo destes anos e é verdade que a qualidade era muito irregular e o público nem sempre tranquilo como deveria, mas era um clima de “festa” que pairava, e disso eu gostava.
Agora o clima de festa, o ar vagamente “grande superfície”, a multidão e o público nem sempre tranquilo, ficam ainda mais exclusivos do futebol e de algumas, poucas, manifestações musicais: Madonna no seu world tour ou Tony Carreira.