Ao entregar o computador 1 milhão no âmbito das Novas Oportunidades (*) o Primeiro-ministro disse tratar-se de “um passo significativo na modernização do país” (cito de cor, ouvido na TV) e explicou ser Portugal o único país do mundo onde um aluno, ao entrar para o primeiro ciclo, tem à sua disposição um computador. Não sei porquê, mas este chavão do “passo significativo na modernização do país” fez-me lembrar um outro chavão: o do “avanço civilizacional” que nos fez avançar 20 anos quando se legalizou o aborto até às dez semanas. Ao fim de um dia, cansados, olhamos para o país e vemos que se vai fazendo assim, de chavão em chavão. Que vai avançando e modernizando assim, com o estado a distribuir computadores e a legalizar o aborto até às dez semanas. Fazem-nos crer que são estes os pólos motores e os símbolos do “avanço” e da “modernização” do país. Mas no fim do dia, cansados, já nem queremos discutir ou contrariar; já só pedimos um pouco de respeito pela nossa inteligência.
Nota. (*) A questão contabilística de como se chegou ao número 1 milhão não foi devidamente esclarecida na peça jornalístico-propagandística. Isso costuma importar pouco a uma política de anúncio e chavões, mas eu gostaria de saber como se chegou a esse número. Estará englobado todo o “choque tecnológico”, sem o qual “tantos portugueses teriam de esperar dez anos para terem estes computadores” (cito de cor o Primeiro-ministro hoje à noite num jornal televisivo), isto é, o Magalhães, o “e-escolas” e o programa Novas Oportunidades? Ou pretenderam passar a comemoração dessa efeméride como um exclusivo das NO? Rigor e propaganda dão-se mal.
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Nota. (*) A questão contabilística de como se chegou ao número 1 milhão não foi devidamente esclarecida na peça jornalístico-propagandística. Isso costuma importar pouco a uma política de anúncio e chavões, mas eu gostaria de saber como se chegou a esse número. Estará englobado todo o “choque tecnológico”, sem o qual “tantos portugueses teriam de esperar dez anos para terem estes computadores” (cito de cor o Primeiro-ministro hoje à noite num jornal televisivo), isto é, o Magalhães, o “e-escolas” e o programa Novas Oportunidades? Ou pretenderam passar a comemoração dessa efeméride como um exclusivo das NO? Rigor e propaganda dão-se mal.
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