“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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18.5.10

Um Governo Que Não Governa

Em tempos difíceis como os que atravessamos, esperava-se alguma “gravitas” por parte de quem nos governa, juntamente com algum sentido de estado. Esperava-se que o peso da responsabilidade pela incapacidade de ter políticas que impedissem o pais de chegar ao estado de pré-abismo que chegou tocasse de uma forma ou de outra o Primeiro-ministro e ele sentisse a urgência de repensar o país. Esperava-se que, juntamente com o seu governo, fizessem alguma política, estudassem e propusessem reformas estruturais que a médio e longo prazo permitissem ao país sentir uma diminuição real do peso financeiro do estado e sentir redobrada eficiência dos serviços públicos. Esperava-se que pensassem para além do imediato “como sair deste sufoco já”, (UE/Alemanha exige) e que resolvem com a medida mais fácil que é o aumento de todos os impostos e criação de novos. Esperava-se que percebessem o que se está a passar com a crescente perda de independência e poder de decisão dos governos nacionais para a UE/Alemanha. Esperava-se que o governo percebesse que com estas medidas fáceis de aumento de carga fiscal é cada vez menos atraente ser empreendedor e criar riqueza, e que a classe média está a ficar cada vez mais pobre. Esperava-se que o corte de custos do Estado não fosse inteiramente suportado pelos contribuintes. O país espera e precisa de soluções que o permitam ser económica e financeiramente viável.

Para isso o governo na pessoa do Primeiro-ministro tem que governar, coisa que não faz há mais de um ano quando o país político entrou em época eleitoral. A irresponsabilidade, leveza e vazio que o caracterizam continuam, e ao contrário de governar, o Primeiro-ministro mantém a sua agenda de habituais sessões de propaganda, cada vez mais patéticas e falsas (esta última em “espanhol técnico” para nossa vergonha). Continua o seu discurso sobre energias alternativas, novas tecnologias, tecnologias de informação, numa infantilização do seu cargo que cada vez mais custa ver. Sobretudo porque pouco sobrou das tantas “medidas” reformistas (como ela lhes chamava) do seu primeiro mandato. A sua credibilidade está ferida, como pessoa e como Primeiro-ministro. Os acumular de casos passados, os seus amigos, a sua família e os cada vez mais numerosos casos políticos de “inverdades”, manipulação de informação (este é o mais recente) contradições, avanços e recuos, e desmentidos (um exemplo recente aqui) tornam difícil a tarefa de disfarçar a sua fragilidade, e o custo de o manter como Primeiro-minitro é cada vez mais evidente. Portugal precisa de quem o governe e não apenas de quem reaja, e mal.


16.5.10

Confesso que, depois de ver isto e de ler os elogios de Mário Soares ao actual líder do PSD, senti mais do que nunca a falta (ou as saudades políticas, se é que isso existe) de Manuela Ferreira Leite, do seu ar seco e do seu estilo nada “perdoa-me”. Ela nunca seria elogiada assim por Mário Soares.

12.5.10

Porque é que José Sócrates não segue, por uma vez, aquele líder europeu que tanto o inspira? Zapatero já anunciou de forma clara as suas medidas de corte da despesa pública. Mas, com a suave conivência de um PSD que se revela no seu oco esplendor político, o caminho mais fácil será o trilhado: a subida dos impostos e uma dose de optimismo. Perante números satisfatórios referentes ao crescimento económico do primeiro trimestre, a proclama-se Portugal como campeão do crescimento.

10.5.10

Ontem adormecemos nauseados com isto, não pelo acontecimento em si, mas pelas horas sem fim nas televisões nomeadamente nos canais informativos, que reduziram a informação a multidões a celebrar o título e opiniões dos populares (um vício do jornalismo primário que nos é fornecido pelas tvs). Um apontamento de dez minutos não chegava?

Hoje acordamos nauseados com isto. E, novamente, as promessas que se quebram, sem honra nem pudor, o que se disse ontem que se desdiz hoje e que amanhã também já será diferente, o ónus sempre do lado do contribuinte, o não percebermos uma política de contenção da despesa do estado, o sem rumo em que vivemos governados por gente desonesta e incompetente.

6.5.10

Irreflectidamente


Há muitas maneiras de ser irreflectido. Conheço sobretudo quem, irreflectidamente, diga a verdade, quando esta é inconveniente. Há quem seja “sincero” e diga mais do que o que deve, ou simplesmente fale demais aborrecendo o outro com confissões e desabafos escusados. Outros, irreflectidamente, cortam rapidamente uma conversa com um “vai aqui ou acolá” ou um “vai-te fazer isto ou aquilo”, dependendo do tipo de calão de que normalmente fazem uso e insultando mais ou menos o interlocutor. Pôr-se em fuga também pode ser algo que se faz irreflectidamente, como ontem na Holanda, quando uma multidão fugiu de algo que não passou de um falso alarme. Há muitas formas de ser “irreflectido”, mas agora deparo-me com uma forma de expressar essa irreflexão que desconhecia e que é, nem mais nem menos, “tomar posse”. Parece que há quem, "irreflectidamente", “tome posse” de objectos que não lhe pertencem. Como diria o povo: se fosse pobre era ladrão, assim, como é político “toma posse”.

Ouvi na televisão Ricardo Rodrigues, mais uma face do Socratismo (*), em conferência de imprensa, declarar-se vítima de “violência psicológica insuportável”. Está visto que ser entrevistado – e provavelmente confrontar-se com a realidade e a verdade, mesmo passada, é demasiada pressão para RR, homem frágil e de sensibilidade delicada que, no entanto, “irreflectidamente” “toma posse” de objectos que não são seus. A natureza humana no seu melhor. Para seu bem, sugeria que deixasse a política, nomeadamente uma certa Comissão de Inquérito onde se interrogam pessoas de forma intensiva e onde factos complexos se tentam apurar e se dedicasse a um trabalho mais rotineiro e em que a exposição pública fosse menor: por exemplo um lugar administrativo num escritório bem longe dos olhares e pressão psicológica dos demais.

(*) As faces do Socratismo. Dever-se-ia fazer, um dia, a história das faces do Socratismo: começando por José Sócrates ele mesmo, passando entre outros pelo tio, o primo, os professores da Universidade Independente, os clientes dos projectos das casas, Armando Vara, Rui Pedro Soares, etc, e acabando em Pedro Silva Pereira.

30.4.10

Apesar de alguma dissidência, os portugueses gostam de teatrinho. Os brandos e amáveis costumes, sempre.


Aqui, notícias actuais da pedofilia; daquela de que é difícil falar. Daquela sobre a qual as opiniões não se fazem rápidas, nem os julgamentos definitivos. Daquela de que, maioritariamente não se sabe e que acontece do outro lado das portas fechadas. Daquela que deixa sempre os vizinhos incrédulos. Daquela de que ninguém pede perdão.

O Mundo Encantado de José Sócrates

"Capital especulativo", "especuladores", "especulação", "especulação monetária do euro", "o mercado dos especuladores", "especulação de que estamos a ser alvo", "ataque especulativo à dívida portuguesa", foram, entre outras as palavras e expressões que ontem encheram as televisões. No mundo encantado de José Sócrates estes são “maus” e os malvados (há aqui e aqui uma boa definição e um exemplo de especulador) que vêm de fora e querem atacar o nosso país e o povo trabalhador, investidor, ordeiro, cumpridor, que nunca conheceu tanta prosperidade, desenvolvimento económico, justiça fiscal e esforçado equilíbrio financeiro como agora com o grande líder a guiar os nossos destinos. “Estes maus” querem atacar as justas políticas de investimento do governo que trará ainda mais crescimento económico e um ainda maior bem-estar social. Mas o governo e o povo mantém-se firmes nas nossas convicções e opções de investimento e de desenvolvimento económico. No mundo encantado de José Sócrates haverá mais distribuição de Magalhães, mais comboios de alta velocidade, mais aeroportos e quem ousar questionar e discordar desse rumo está, a pactuar com as já identificadas forças do mal na construção do descrédito do país.

29.4.10

Esta formalização do acordo para a subconcessão Pinhal Interior mostra o quão útil foi, também ontem, aquele teatrinho entre José Sócrates e Passos Coelho, que culminou, para êxtase de comentadores e opinion-makers, com o Primeiro-ministro e o líder da oposição, lado a lado, a conjugar verbos na primeira pessoa do plural. Passo Coelho pôs-se a jeito para um dia, que não tardará, ser como o marido enganado: o último a saber.

Entretanto ficámos sem oposição, Paulo Portas compreenderá isso.

28.4.10

Ainda está para vir alguém que me explique como é que um “liberal” se queixa do “ataque especulativo” que “desde sexta-feira (…) está a pôr em causa a nossa soberania nacional”. Liberalismos destes estalam tão facilmente como o verniz cultural de José Sócrates. É o que temos.


Mais notícias sobre a estupidez humana da qual, desenganem-se os inocentes, não temos o exclusivo: censurar Tintin.

16.4.10


Ontem tive muito mais sorte do que Cavaco Silva. Ele ouviu estas declarações (certeiras e justas, mas tão incómodas) do presidente Checo até ao fim, não pode escapar, fazer de conta ou assobiar. Esboçou um sorriso e usou da sua melhor diplomacia na resposta, até distraiu os interlocutores lembrando a Irlanda. Eu, igualmente envergonhada, pude mudar de canal, Cavaco Silva não.

E ao mudar parei uns breves momentos na BBC World News onde estava a decorrer o primeiro debate entre os três candidatos a Primeiro-ministro do Reino Unido, num modelo do tipo “Question Time”. Gordon Brown era o mais crispado, David Cameron o mais confiante e Nick Clegg o mais eloquente e agressivo. Ouvi-os sobre a educação. Discutiam Educação; o discurso de Cameron e Clegg era claro: mais disciplina na escola, reforço da autoridade do professor, (um deles referiu que hoje na escola há a situação de os professores serem tratados como crianças e os alunos como adultos), centrar a actividade do professor no ensino, programas lectivos simples e claros, liberdade das escolas e, no fim, um reparo acerca da necessidade do regresso uma maior independência (face ao Estado e aos governos, claro) das instituições avaliadoras. Brown, que nunca rejeitou estas ideias, mas adoptou uma posição mais defensiva, viu-se obrigado a focar o seu discurso na necessidade de a escola servir toda a população. Como eu gostava de ouvir estes tópicos na boca dos nossos candidatos a Primeiro-ministro.


27.3.10

Manuela Ferreira Leite

Faço minhas estas palavras de André Abrantes Amaral no Insurgente,


E até digo mais. Havemos de sentir a falta da sua forma pouco complacente de fazer política, da sua insistência em não se deixar maquilhar pelo marketing político, e da sua frontalidade pouco simpática, mas certeira. Entramos numa nova era em que a imagem impera sobre a substância, em que as ideias se moldam conforme as causas que se decidem abraçar, e os discursos se fabricam de acordo com o efeito que se pretenda causar e que tenha sido previamente estabelecido. Nem sempre estive de acordo com ela, mas mereceu a minha consideração e respeito.

E até digo ainda mais. Estamos perante uma nova fase na política portuguesa. José Sócrates, Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, Francisco Louçã, são políticos feitos do mesmo barro. Sobra Jerónimo de Sousa, um último reduto de franqueza, o único líder que ainda consegue ser razoavelmente genuino e igual a si próprio. Todos os outros parecem sub-produtos embora, para ser justa, deva mencionar que José Sócrates se destaca pela falta de qualidade intrínseca, pelo excesso de plasticidade formal, e pela constância da inconsistência política.

24.3.10

Para além da falta de vergonha que parece ter contagiado todos os membros deste executivo, estas frases

que se atiram ao ar (como o barro que se atira à parede a ver se cola) têm sempre um ar comicieiro e são a face desse optimismo ficcional que nos tentam vender há década e meia. Esta gente não é séria e querem que acreditemos que ao fim deste tempo todo ainda não perceberam o que se passa.


23.3.10

Pudera! Os “mais ricos” não só descontam mais para o IRS porque ganham mais, como descontam num escalão superior, isto é, por cada euro ganho pagam mais IRS do que os que descontam num escalão inferior. Isto é mesmo conversa mole para encher chouriços e ludibriar os eleitores. Nunca o Ministro das Finanças, ou o Primeiro-ministro sempre pronto a encher a boca, e desgastar a nossa tolerância, com afirmações do género “os mais ricos é que pagam a crise”, explicaram de forma inequívoca o conceito de “mais ricos”. Gostava de saber a partir de que vencimento as pessoas passam a ser consideradas por este governo, e para efeitos de “pagar a crise”, “mais ricas”. Afirmações como esta - engendradas nos “think tanks” comunicacionais - populistas, pouco rigorosas (mentirosas tantas vezes), e feitas com o intuito de atirar areia para os olhos, são a marca deste governo. Era tão bom que não fossem também marca de futuros governos.

21.3.10

Pesadelo


Perante este pedaço de retórica política, em que se sente a densidade do pensamento (gosto especialmente da parte em que diz usar a sua inteligência emocional), o latejar de uma ideia, a clareza de conceitos, o emergir de uma visão, a ousadia de um combate politico, a sede de justiça, a maturidade democrática e o profundo respeito pela liberdade, envolvidos na mais aprimorada linguagem, sou impelida a ler o que se segue.

Patético. O problema começa quando acordar e perceber que as opções políticas poderão ficar resumidas a José Sócrates ou a Passos Coelho, como num mau guião de ficção plástica. Toda uma outra dimensão de fazer política se abre para a qual não sei se estou preparada.

11.3.10

Tolerância a Zero

A entrevista de Miguel Sousa Tavares a José Sócrates, em que o primeiro se preparou muito mal, e o segundo persistiu na sua já batida linha de recusa de ver o real e no abundante uso de má retórica optimista, e o anúncio do PEC, cujos pressupostos vêm desdizer o cenário que nos foi pintado pelo PS durante todo o ano de 2009 e durante as sucessivas campanhas eleitorais, e cujas medidas anunciadas para combate ao deficit são diametralmente opostas prometido pelo PS e por José Sócrates durante a campanha eleitoral para combater a crise, zeraram por completo o nível – já de si milionesimal – de tolerância ao Primeiro-ministro e ao seu governo, nomeadamente a Teixeira dos Santos que sempre considerei, durante a legislatura anterior, a pequeníssima, mas única, âncora de realidade no governo. Desde aí que não consigo vê-lo, nem vê-los, ouvi-lo, nem ouvi-los. Aguardo com expectativa, mas já sem interesse pela campanha, o desenrolar da novela PSD sem saber se ficaremos com a mudança, a ruptura, a força, ou outro qualquer substantivo que entretanto ocorra a alguém. O país, enquanto isso, continua mergulhado em descrédito, mentira e intriga, e a caminhar para o abismo das contas públicas e da contestação social que não tardará em sair à rua. O país continua entregue nas mãos de governantes e políticos desrespeitados e desacreditados, sem um rumo que se perceba e que impulsione algumas das reformas estruturais que urgem (apesar de já urgirem há 10 anos, note-se). Nada consente hoje, a alguns de nós, uma nesga de alento.

8.3.10

No seu comentário acerca das medidas de agravamento fiscal e do adiamento do TGV por dois anos para equilíbrio das contas públicas decididas pelo governo no âmbito do PEC, José Gomes Ferreira (SIC, Primeiro Jornal) pergunta o que diria o governo anterior, nomeadamente o Primeiro-ministro e Ministro das Finanças anteriores, das medidas apresentadas por este governo actual pela voz do Ministro das Finanças.

Ah Manuela Ferreira Leite, tão incompreendida apesar de tão certeira nas parcas e secas palavras que proferia então.

Claro que o eleitorado não gostou, pois prefere mentirosos e optimistas de pacotilha. Já disse, numa sondagem divulgada na passada semana, que votaria novamente em José Sócrates, apesar de acreditar que ele mentiu ao parlamente e que mente. Tanta esquizofrenia num país tão pequeno.


Pirosadas a propósito do Dia da Mulher,

Sobre isto de que se fala aqui: aposto que foi Zeinal Bava e uma equipa sua de secretários e assessores (homens, claro) que, tiveram e tornaram viável esta ideia. É por isso que estes gestos, para além de pirosos, são patéticos e puro marketing. Não é de flores que as mulheres que trabalham precisam é, por exemplo, de creches.

4.3.10

Hoje há greve da Função Pública contra o congelamento de salários, penalização das pensões e contra a precariedade laboral. Num cenário de crise, em que a dívida pública cresce e o deficit atingiu, facto reconhecido finalmente pelo Ministro das Finanças, um nível elevado, em que todos os dias empresas, privadas, claro, abrem falência ou fecham e em que todos os dias mais pessoas ficam sem emprego engrossando as estatísticas do desemprego, parece-me difícil de perceber o que move os sindicatos para a convocação de uma greve. A crise atinge todos (através de congelamentos salariais, agravamento de impostos, etc) e precariedade é um dado na sociedade europeia de hoje, e os funcionários públicos têm que se habituar a esse conceito também. Os sindicatos para serem credíveis e contribuírem para uma maior justiça social e laboral, e para o desenvolvimento do nosso pais, têm que mudar essa forma dicotómica (marxista?) “bons e maus” ou “patrões e trabalhadores” ou “exploradores e explorados” de olhar para o país.

Não é por o governo ser do PS de José Sócrates, e por eu não gostar dele como Primeiro-ministro, que concordo com qualquer greve. Este não é momento para greves. Esta crise é resultado das opções de quem nos tem governado, e quem nos tem governado tem sido sempre sufragado em eleições. Sem eleições, não há governos, e para que alguém governe tem primeiro que ganhar eleições. Por isso é que eu gosto de discursos realistas e pouca conversa mole antes de eleições. Sobretudo nada de optimismos plásticos. Mas não tenho tido sorte nenhuma. Não é disso que os eleitores gostam.

28.2.10

Depois da “Asfixia Democrática” Manuela Ferreira Leite fala, no Congresso dos Autarcas Sociais Democratas, na “Democracia Condicionada” (e a “má qualidade da democracia”) – Diz MFL que “a imagem é tudo para o engenheiro Sócrates e em nome dela vivemos numa democracia condicionada”. Também acusa o Primeiro-ministro de construir uma agenda ao serviço da sua imagem e não do país onde todos os dias pequenas empresas abrem falência aumentando o desemprego para niveis de “emergencia nacional”. Acusa também o Governo de suportar mal o poder local como “suporta mal tudo o que não possa controlar ou manipular a seu belo prazer”. Manuela Ferreira Leite igual a si própria a terminar o seu mandato. Ainda bem, pois até ao lavar dos cestos é vindima.

Estou certa que esta nova expressão de “Democracia Condicionada” merecerá atenção e desdém, e estas críticas, servirão para alimentar a horda de cínicos crónicos em relação a MFL, e que vêem em tudo o que ela faz ou diz, motivo de nojo, e pretexto para acusações de desporporção ou insensatez. No entanto MFL tem funcionado como um oráculo. As suas afirmações mais cedo ou mais tarde acabam por se revelar axiomas, por muito contestadas que tenham sido, ou por muita irritação que tenham causado ao establishment.

O Estado a Que Isto Chegou retratado aqui.

Ora vejam só: que topete achar que Rangel é um predestinado a mudar o país, porque sim, e Passos que consideram igual a Sócrates, porque sim, também Porque será? Ainda por cima desprezam a política e votam todos PSD ou CDS. Que malandros estes amigos.

20.2.10

A forma como a PT (Portugal Telecom) tem sido instrumentalizada e vilipendiada pelo governo e seus acólitos, sob o olhar passivo ( e conivente?) da administração, é difícil de acreditar e absolutamente inaceitável num estado moderno e democrático. Como um governo se permite pôr em causa a independência, a imagem de competência e o prestígio de uma das maiores empresas portuguesas, brada aos céus. Este (e outros) caso de gritante promiscuidade entre o mundo económico (e financeiro) e o governo há-de afectar-nos a todos, não só à PT. Estas leviandades pagam-se muito caro.

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