Sinto-me sempre um pouco constrangida quando vejo programas tipo Ídolos (SIC; hoje à noite) que geram ondas de entusiasmo e que lançam novos talentos a quem prometem um futuro radioso. De facto, revelam apenas a nossa pequenez. A pequenez mental e a pequenez do nosso mercado e da nossa capacidade de “aproveitar” algum real talento que venha a ser relevado. Portugal é assim: pequeno. E nos locais pequenos não cabem todos. Nem chega a ser má-vontade, é quase uma questão física: não há espaço para todos. Dizem que nos EUA e noutros países, nomeadamente em Espanha alguns, senão todos, dos 12 finalistas destes concursos têm uma carreira de sucesso assegurada, há exemplos de muitos que hoje são mundialmente conhecidos: Leona Lewis, David Bisbal ou Jennifer Hudson que até já conta com um Oscar. Aqui nada disso acontece: com excepção da Luciana Abreu, que de cantora passou a ser actriz, nomeadamente a Floribela, também foi (ainda é?) sex-symbol, namorada ou não de algum futebolista, e não-sei-que-mais, não me lembro (serei eu distraída?) de nenhum finalista, nem sequer de um vencedor desses concursos tipo Ídolos ou Operação Triunfo que tenha mesmo triunfado e construído uma carreira com alguma visibilidade e credibilidade, apesar de mostrarem talento. Os concursos podem fazer audiências, mas não fazem nem triunfos nem ídolos de coisa nenhuma. O seu objectivo é uma mentira que os milhares de jovens que acorrem aos castings não querem, ou não sabem, perceber.
Depois há sempre aquele momento penoso em que tantos concorrentes fazem figura de parvos (começam cedo) cantando sem saberem o que isso é. Será que a vontade de ter esses 15 minutos (neste caso segundos) de fama se sobrepõe a qualquer tipo de bom senso e a um julgamento minimamente racional da parte dos concorrentes e de quem os incentiva a ir “tentar a sorte”?
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Depois há sempre aquele momento penoso em que tantos concorrentes fazem figura de parvos (começam cedo) cantando sem saberem o que isso é. Será que a vontade de ter esses 15 minutos (neste caso segundos) de fama se sobrepõe a qualquer tipo de bom senso e a um julgamento minimamente racional da parte dos concorrentes e de quem os incentiva a ir “tentar a sorte”?
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