Para além da suposta percepção pública de um excesso de peso ideológico no jornal (o quê?), temos também,
os editoriais, (que) a partir de hoje, deixarão de ser assinados. Os editoriais expressarão o pensamento desta direcção e deste jornal sobre o mundo que procuramos descrever, compreender e analisar página a página. (...) Há 20 anos, quando nascemos, foi decidido que os editoriais seriam assinados com base em duas ideias: seriam mais acutilantes e comprometeriam apenas o seu autor. Hoje sabemos que essa ideia original se tornou utópica e que um editorial compromete todo o jornal - é a cara do jornal - e não pode, por isso, ser veículo da opinião de uma só pessoa.
Desconfio sempre quando se substitui a liberdade e a responsabilidade individual por um colectivo amorfo (que outra coisa pode ser o “pensamento de um jornal como instituição”? Seria bom defini-lo já) que nunca se sabe bem o que é nem quem é, mas onde fermenta sempre um caldinho morno que alimentará quem for preciso alimentar aqui e ali. Domage.
E que dizer desta conversa de chacha: Não queremos doutrinar nem vender receitas. Queremos interrogar o mundo. Daremos expressão a todos os pontos de vista, mas afirmaremos os nossos? Julguei que o Jornal Público cujos leitores são os mais exigentes, tivesse uma já maturidade que dispensasse este tipo de conversa típica da pós-adolescência (sem desprimor para a dita). Enganei-me.
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os editoriais, (que) a partir de hoje, deixarão de ser assinados. Os editoriais expressarão o pensamento desta direcção e deste jornal sobre o mundo que procuramos descrever, compreender e analisar página a página. (...) Há 20 anos, quando nascemos, foi decidido que os editoriais seriam assinados com base em duas ideias: seriam mais acutilantes e comprometeriam apenas o seu autor. Hoje sabemos que essa ideia original se tornou utópica e que um editorial compromete todo o jornal - é a cara do jornal - e não pode, por isso, ser veículo da opinião de uma só pessoa.
Desconfio sempre quando se substitui a liberdade e a responsabilidade individual por um colectivo amorfo (que outra coisa pode ser o “pensamento de um jornal como instituição”? Seria bom defini-lo já) que nunca se sabe bem o que é nem quem é, mas onde fermenta sempre um caldinho morno que alimentará quem for preciso alimentar aqui e ali. Domage.
E que dizer desta conversa de chacha: Não queremos doutrinar nem vender receitas. Queremos interrogar o mundo. Daremos expressão a todos os pontos de vista, mas afirmaremos os nossos? Julguei que o Jornal Público cujos leitores são os mais exigentes, tivesse uma já maturidade que dispensasse este tipo de conversa típica da pós-adolescência (sem desprimor para a dita). Enganei-me.
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