Passou um ano marcado pelas socráticas efabulações, conspirações, golpes e contra golpes. Todos os expedientes foram válidos para assegurar a sobrevivência política de José Sócrates. Esquemas, telefonemas, influências, anúncios de anúncios, favorecimentos de alguns marcaram este ano de duas eleições ainda mais do que os outros. A urgência era também outra. José Sócrates corria o risco de se ver sem o cargo de Primeiro-ministro. Um dia a História contará as histórias, contará como se deitava fogo à aldeia para depois poder gritar alto aos bombeiros para irem rápido apagá-lo e decidir a quem atribuir uns incentivos.
2009 não deixa saudades. 2010 não promete nada de melhor, por muito que os modernaços oráculos europeus tenham decretado oficialmente (ah soberba) o fim da recessão. Por cá irá ser mais do mesmo: para alem da dívida, o drama do desemprego a aumentar pois para a nossa recessão o fim não está à vista. O estilo José Sócrates agudizar-se-á. Descobriremos mais família e mais amigos, mas nunca saberemos nada. O PSD continuará enrolado em si próprio sem querer ver nem perceber o país, nem tão pouco valorizar a líder que tem. O eterno candidato ocupará, logo depois do grande líder, lugares de relevo na comunicação social para o povo ver e lembrar. Sofisticações das técnicas de marketing e comunicação que se especializam em fabricar nadas. Tristes perspectivas. Que sobrem bons filmes e bons livros.
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