O caso Carmona Rodrigues tem contornos interessantes pois joga com uma série de conceitos que por vezes podem parecer contraditórios entre si: liberdade, legitimidade, obrigação, lealdade. Há a questão da liberdade; ele, Carmona Rodrigues (CR) diz-se livre porque é independente e não filiado num partido político, proclama a sua legitimidade pois ganhou a Presidência da Câmara com os votos dos Lisboetas, afirma-se capaz de cumprir a sua missão e a sua obrigação perante os eleitores, proclama que não será atirado “borda fora” resumindo desta forma metafórica a sua relação de lealdade com o partido que o apoiou e o ajudou a ganhar as eleições, mas que lhe pediu para se afastar, por uma questão de princípio já estabelecido no PSD e para que a Câmara não se torne ingovernável. Pergunto-me, como poderá assim e nestas condições ser um homem verdadeiramente livre ao serviço de uma Câmara, livre no planeamento, livre na decisão, e sobretudo livre perante si próprio.
Enquanto se passar o que se passa, e o que parece claro se passará, em Oeiras, a posição do PS, em relação a CR não me merece respeito nem consideração.