“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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25.10.07

Matemática


A divulgação hoje dos resultados dos exame nacionais de Matemática e este artigo do DN de ontem escrito por Vasco Graça e Moura a propósito do ensino da matemática põem o dedo numa das numerosas feridas de que padece o ensino hoje em Portugal: a infantilização do ensino querendo explicar tudo demais e à exaustão, contextualizando, ilustrando, exemplificando ao ponto de por vezes a explicação se perder nas teias de tanta contextualização e perdendo a componente de aquisição de conhecimentos memorizando e treinando. Deste modo a pouco e pouco vai-se abdicando de um raciocínio mais formal, da lógica pura, do pensamento abstrato, dos mecanismos que usados e treinados dão origem aos tão desejados automatismos. A memorização abre muitas vezes o caminho para uma compreensão plena. Sem a memorização a compreensão se não for treinada e aprofundada esquece-se ao longo do tempo, as referências e os contextos perdem-se. Ao contrário do que se possa pensar, não é contextualizando, fragmentando e ilustrando que se desenvolve o espírito crítico (mas será que alguém está interessado em que nas escolas as crianças o desenvolvam?), ele adquire-se exigindo uma maior agilidade e elasticidade mental através da formalização do pensamento, do uso da lógica. Claro que dá trabalho, exige esforço, concentração e dedicação, valores que vão desaparecendo da escola

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