Há coisas que parece que já tinha esquecido e lembrá-las é como uma janela que se abre sobre a memória e os sentidos do passado. Estes dias no Porto sempre debaixo de chuva relembraram-me não só a solidez da cidade mas sobretudo a sua dignidade quando a chuva cai implacavelmente e sem fim à vista. O Porto não se curva perante a chuva, recebe-a de forma inabalável e com uma impassividade própria. E a vida continua.
Cada vez que passo na Avenida dos Aliados confirmo a opinião de como gosto mais da Avenida tal como ela está hoje: ampla e aberta, também com mais dignidade e dando mais visibilidade aos edifícios. O mesmo não posso dizer em relação à Casa da Música cuja volumetria continua a surpreender-me negativamente e a deixar-me. Continuo a senti-la um mamarracho na Rotunda da Boavista.