“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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29.6.08

The Flock

Ainda não me habituei a sair de um filme a meio numa sala de cinema. Vejo muito quem o faça, mas até hoje nunca o fiz. Já aprendi a abandonar livros, mas filmes ainda não. O que vi ontem, “The Flock”, traduzido, sabe-se lá porquê, para um “Obsessão Mortal” (porque não uma tradução literal para bando ou rebanho?), foi um sério candidato ao abandono da sala. Mau filme, aliás as primeiras frases do filme, clichés batidos, prenunciam o pior, mas depois de pagar um bilhete não queremos acreditar em maus prenúncios. Um filme sem densidade, sem uma verdadeira “história”, com personagens sem espessura, diálogos fracos, sem tensão dramática, (aliás, sem drama), com violência a rodos obrigando os espectadores (olhei à volta) a ter sempre as mãos próximas dos olhos, e sem sentido, nem propósito para tanta exibição de imagens violentas e soturnas. Um surpreendente (a única surpresa do filme) happy ending - se é que algo pode ser happy num filme tão mau, só piorou o que considerávamos impossível de piorar. Um filme a evitar, só não percebi porque ninguém abandonou a sala, nem eu própria.

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