Ontem à noite num noticiário televisivo vi e ouvi Freitas do Amaral num excerto de uma entrevista. Consegui (excepcional e surpreendentemente) abstrair-me daquele seu ar pomposo e cheio de sef-importance de quem tem um papel fundamental para o desenrolar de qualquer acontecimento, nomeadamente à escala mundial, e por uma vez concordei com o que disse: Já se ouviu a presidência eslovena da União Europeia a dizer alguma coisa? E a Comissão Europeia, já disse alguma coisa? O Banco Europeu? O Parlamento Europeu, que se preocupa tanto com os voos da CIA, não se preocupa com a maior crise mundial que existe nos últimos 100? As pessoas estarão cegas e surdas? Tal como ele tenho a convicção de que se assiste a uma das maiores crises mundiais dos últimos tempos, e acrescentaria que existe uma diferença notável hoje: são as lideranças no mundo ocidental, maioritariamente ocas, plásticas e fracas e nem a a perspectiva de um futuro presidente dos EUA, ainda a maior potência mundial, nos anima.
O governo negociou, pagando (nós) um preço, o fim das hostilidades com os camionistas, (afinal não tem negociado com todos?) apaziguou o país que o próprio primeiro-ministro confessou, dando um sinal de que está cá, ter sentido frágil, mas desenganem-se os que pensam que no pasa nada, que já está tudo bem. A história ainda não acabou como diz Vasco Pulido Valente hoje no Público.