“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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20.1.08

Beethoven no CCB

No âmbito do Ciclo de Piano do Projecto Beethoven 20068 (que nome!), fui ao CCB ouvir Giovanni Bellucci, num grande auditório cheio a metade. A versão para piano feita por Franz Liszt da 5ª Sinfonia de Beethoven é uma peça ambiciosa e de enorme fôlego que mostra a complexidade e riqueza do instrumento, e que requer grande técnica, dedicação e sensibilidade por parte do pianista que entusiasmou a plateia e que lhe retribuiu em palmas e bravos. O resultado é mais Lisztiano do que Beethoveniano, e se dúvidas houvesse a sonata seguinte (Hammerklavier, opus 106, supostamente uma das peças de piano de mais difícil execução) pode confirmá-lo. Gostei bastante do concerto e do pianista, apesar de uma série de crises de tosse que afligiu vários cantos da plateia durante o belíssimo 3º andamento da sonata: “convenientemente“ um adagio sostenuto cheio de momentos de pausas, de algum silêncio e de grande lirismo e delicadeza. Porque não esperaram para tossir pelo mais barulhento andamento seguinte?

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