“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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3.2.10

Discursos e Linguagens

O governo, naquele seu ímpeto de ir encontrando sucessivos bodes expiatórios para justificarem os seus fracassos, enganos e mentiras, tem andado entretido, e perdendo tempo e energia, a criticar as agências de rating, que não percebem nada, que são facciosas. O Ministro das Finanças até se irritou com elas e repreendeu-as pelo que considerou serem as suas estratégias comerciais, num acesso de algum patético provincianismo. Como se calcula, as agências de rating comovem-se pouco com discursos, se é que os ouvem: discursos não são o seu forte. A sua linguagem é outra e é a que sempre foi, por muitos discursos que se façam sobre seja o que for, nomeadamente o tão “politicamente correcto” discurso sobre o que o mundo financeiro “aprendeu”, ou “deveria aprender” com esta crise. É uma linguagem clara e simples: a procura do maior lucro possível com o mínimo risco possível. As agências de rating que são feitas para analisar, gerir e fornecer este tipo de informação aos mercados. As bolsas percebem e reagem. Teixeira dos Santos ou José Sócrates, por muito que esbracejem ou por muitos discursos que façam, contam pouco.

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