“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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4.2.07

A China

É tanto lugar-comum quanto verdade afirmar-se que a China é uma civilização milenar, velha muito velha. Mas para quem vai a uma cidade Chinesa daqui da Europa e a vê transbordar de modernidade e ousada arquitectura incarnada em arranha-céus de todas as formas possíveis, fica boquiaberto com a juventude, a vibração, a ousadia, a vida que se sente, não só na China como noutras grandes cidades do Oriente. De repente, quem é velho somos nós, europeus e ocidentais, amarrados a tanto adquirido, a tantas seguranças, a tantas regalias - e muitas tão arduamente adquiridas é indiscutível, a tanta democracia, a tanta igualdade, que perdemos em flexibilidade, em agilidade, em rapidez, em vibração. Somos velhos na forma e no esforço que pomos para sermos novos, somos velhos nos nossos limitados horizontes temporais. Há alguma frescura na leviandade (de acordo com os nossos parâmetros) da modernidade oriental e até parece que hoje o que acontece, é lá que acontece.

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