“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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5.2.07

O Referendo e o Aborto 2

Com a acutilância gerada pelo debate, as questões que a pergunta deste referendo deixa em aberto, ou as incongruências e contradições que com e por causa deles (referendo e pergunta) surgem, não param de aumentar e o desconforto de quem vai votar aumenta ao perceber que não sabe bem o que se esconde por trás da pergunta. Só esta insegurança e ignorância a que estamos (enquanto cidadãos e contribuintes) votados por decisão de um governo que insiste em não explicar o “day after”, é um motivo mais do que suficiente para um voto “não”, já para não falar da abstenção. Como pensa o governo que os cidadãos possam votar com responsabilidade se não lhes é fornecida toda a informação relevante para levar a cabo uma decisão sobre a matéria que está a ser referendada? O que está em causa não é só ser “pró-vida” ou ser “anti penalização da mulher”. Há muito mais em jogo, nomeadamente no funcionamento do SNS. Debater é uma coisa, informar é outra. Se cabe à sociedade civil organizar-se e promover o debate, cabe ao nosso governo explicar que políticas e que medidas legislativas propõe para sustentar o “sim” que ele (governo e partido que o apoia) preconizam e referendam.

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