“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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17.9.07

Valores Seguros

The roots of literature lie in song, prayer and story. For all its sophistication, Russian literature is relatively young and therefore closer to these roots than the literature of Western Europe. (…) the anekdot, usually a political story-cum-joke, was an important art form in the Soviet Union; and Russians still sing and recite poetry on social occasions. It is not surprising that both poems and short stories continue to have a central place in Russian literature; the English, in contrast, tend to pay only lip service to the importance of poetry and to look on the short story as a minor genre, something for the apprentice to cut his teeth on before the serious work of writing a novel.

(…) There is no major Russian prose-writer who has not written short stories, and many of Russia’s finest prose writers wrote chiefly in this form. This may came as a surprise to English-speakers, who tend to assume that the supreme achievement of Russian literature is the epic novel.

Intoduction
Russian Short Stories from Pushkin to Buida. Edited by Robert Chandler

Depois das desilusões que as leituras do verão se revelaram por ser, dos livros recentes comprados de propósito e deixados a meio sem que os conseguisse acabar, nada como regressar aos bons e velhos valores seguros, um universo inesgotável, onde as desilusões são poucas, e o “gostar ou não” é secundarizado, porque a qualidade e peso da obra é muitas vezes superior ao “gosto” sempre volátil e frágil. Essas obras têm o condão de nos ultrapassar, de apelarem a muito mais do que o que temos em conhecimentos, afectos, memória, inteligência, experiência, sensibilidade, sonho, vontade, por isso estão para lá das opções estéticas pessoais e do gosto peculiar do instante em que são lidas. Assim, respirando de alívio, abri o livro já comprado há uns meses e iniciei mais uma volta pelos autores russos, pelos seus contos, sem descurar uma vontade de ler alguns dos autores mais modernos de quem nunca sequer tinha ouvido falar.

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