Já passaram 30 minutos das 20 horas e os jornais televisivos, nomeadamente a SIC que tenho seguido mais, ainda falam do Benfica. Eu que já acho incrível que se inicie um telejornal com a saída de um treinador de um clube de futebol, mesmo sendo o maior clube português, fico estupefacta quando não só se inicia mas se continua a ocupar dezenas de minutos em notícias, reportagens, análises e especulações sobre o futuro do clube, numa altura em que Portugal ainda vive a ressaca de uma grande manifestação de descontentamento da classe média em relação ao governo, pois é assim que eu leio a “marcha da indignação” e o seu tão amplo sucesso, algo de novo na história da nossa democracia, numa altura em que o PSD, apesar da vitória do Conselho Nacional para proceder à alteração de estatutos, continua a fervilhar internamente, numa altura em que a vizinha Espanha se reajusta politicamente, numa altura em que Obama ganha Wyoming e certos sectores temem que os Democratas não consigam a Presidência, numa altura em que Naide Gomes é campeã mundial, em que o FCP consolida a sua liderança, O Vitória de Guimarães e o Vitória de Setúbal se fortalecem, o SCP parece inerte, enfim... Não faltam notícias para dar, temas para comentar, decisões para analisar, reportagens a fazer. Mas não, estamos reféns do Benfica.
Adenda: A seguir ao Benfica que notícia é que ocupou a nossa atenção? Claro, a Mariluz e o seu funeral com centenas de pessoas.
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Adenda: A seguir ao Benfica que notícia é que ocupou a nossa atenção? Claro, a Mariluz e o seu funeral com centenas de pessoas.
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