José Sócrates ainda parece mais postiço, e ainda parece mais um elaborado produto de um complicado programa inovador e cheio de tecnologia de fazer políticos, quando fala da crise económica e dos mercados financeiros. Nas poucas frases que ouvi na televisão há pouco saltam à vista (ouvido) e surpreendem (ou não) o uso de banalidades e demagogias que um primeiro-ministro informado não deveria sequer pensar em dizer; frases do género (cito de cor): “A ganância que preside a atitudes mais especuladoras", ou ”É inacreditável o que se está a passar” (referindo-se à crise financeira Norte Americana), ou “A Europa vai pagar a crise” (Norte Americana, claro) e “vai pagar a ausência de escrúpulos e a falta de regulamentação dos especuladores Norte Americanos”. O que me parece inacreditável é que um primeiro-ministro use a palavra “especulador” como qualquer militante comunista ou como um sindicalista radical usariam, como se fosse a encarnação de um espectro de forças negras, fantasmagóricas e maléficas da ganância capitalista. Isso não é um especulador. Exige-se um pouco mais de um primeiro-ministro.
José Sócrates, e tantos europeus, parecem esquecer-se que, fosse a Europa uma grande potência económica e financeira, a crise Norte Americana não nos afectaria tanto. A Europa é cada vez menos uma potência relevante no xadrez internacional e essa realidade é que custa aceitar, bem como custa ser lúcido em relação ao porquê da perda cada vez maior de influência da Europa.
Estas declarações de José Sócrates não só mostram, mais uma vez, o político superficial de chavões que ele é e a sedução que a propaganda exerce sobre ele, como mostram a dependência deste nosso país periférico numa Europa cada vez mais periférica. Tomara ela (Europa) ter uma pequena fracção da vitalidade norte-americana, mesmo em momentos de crise.
José Sócrates, e tantos europeus, parecem esquecer-se que, fosse a Europa uma grande potência económica e financeira, a crise Norte Americana não nos afectaria tanto. A Europa é cada vez menos uma potência relevante no xadrez internacional e essa realidade é que custa aceitar, bem como custa ser lúcido em relação ao porquê da perda cada vez maior de influência da Europa.
Estas declarações de José Sócrates não só mostram, mais uma vez, o político superficial de chavões que ele é e a sedução que a propaganda exerce sobre ele, como mostram a dependência deste nosso país periférico numa Europa cada vez mais periférica. Tomara ela (Europa) ter uma pequena fracção da vitalidade norte-americana, mesmo em momentos de crise.