Costumo passar pelos momentos das campanhas eleitorais sem nenhum entusiasmo. Não costumo gostar do discurso eleitoralista, abomino as promessas vãs e demagógicas e desconfio das promessas realistas. Tenho alergia à encenação dos entusiasmos e crenças num Portugal e num futuro melhores. Aliás o passado recente tem demonstrado a incapacidade da utilização da palavra “melhor” aplicada ao universo político, onde nada parece melhorar. Cada vez há mais manipulação e tráfico de influência promotores da promiscuidade entre as “forças” políticas no poder e as “forças” da sociedade civil nomeadamente as forças económicas e financeiras tornando mais difícil separar o trigo do joio, a boa da má moeda e, se distraídos, diluir tudo muito bem para que seja mais difícil apurar a responsabilidade de sucesso de uma legislatura, de um mandato municipal, etc. Mas há quem não ande distraído e sinta o universo do poder cada vez mais nas mãos de mercenários e de profissionais que vivem de e para o poder sem o qual simplesmente não têm existência. Nota-se mais empenho, mais ambição, mais agilidade para tocar em vários instrumentos, mas menos inocência, certamente menos vocação e sentido de serviço.
Por mim, não precisava de campanhas eleitorais tal como elas se fazem hoje. Não gosto das ruas e praças (não é só a do Marquês, como o “Zé” num acesso de provincianismo sugere) cheias de outdoors, irritam-me os slogans, o barulho e o ruído políticos e incomoda-me ainda mais que nos tomem por parvos com promessas e discurso tão cheios de nada se olharmos para além da retórica e da demagogia. Nem quero nem pensar naquilo em que José Sócrates se transformará, no que dirá, no que prometerá quando a campanha eleitoral arrancar em pleno. A amostra destes últimos quatro anos tem sido ampla e elucidativa, e não gosto do que vejo nem do que ouço.
Por isso espero sinceramente que a frase que acompanha a fotografia de Manuela Ferreira Leite nos outdoors “Política de Verdade” seja um programa de como fazer campanha eleitoral e nunca esqueça a verdade que enuncia. Não importa que o cartaz seja “pobre” e banal, a fotografia demasiado normal e a frase tão comum que qualquer pessoa a poderia dizer. e diz ao ponto de a esvaziar de sentido. Nada disso interessa. Digo mais: antes assim do que um fundo intelectual ou esteticamente elaborado e antes assim do fotografias de pose complexa acompanhadas de frases todas “porreiro, pá” ou tecnologicamente humoradas do ponto de vista semântico e rimadas do ponto de vista fonético, todas inventadas em laboratório esterilizado, após intenso e caro brainstorming criativo pelo gabinete dos especialistas em comunicação que cuidam de tudo por fora com verniz, luz, animação 3D e sem nunca esquecer a música épica a animar as gentes, e esquecem o que deve estar por dentro: um programa político simples, coerente e realista e, claro, o sentido de missão, o sentido do dever, a honestidade, a honra. Nos dias que correm isto é puro luxo.
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Por mim, não precisava de campanhas eleitorais tal como elas se fazem hoje. Não gosto das ruas e praças (não é só a do Marquês, como o “Zé” num acesso de provincianismo sugere) cheias de outdoors, irritam-me os slogans, o barulho e o ruído políticos e incomoda-me ainda mais que nos tomem por parvos com promessas e discurso tão cheios de nada se olharmos para além da retórica e da demagogia. Nem quero nem pensar naquilo em que José Sócrates se transformará, no que dirá, no que prometerá quando a campanha eleitoral arrancar em pleno. A amostra destes últimos quatro anos tem sido ampla e elucidativa, e não gosto do que vejo nem do que ouço.
Por isso espero sinceramente que a frase que acompanha a fotografia de Manuela Ferreira Leite nos outdoors “Política de Verdade” seja um programa de como fazer campanha eleitoral e nunca esqueça a verdade que enuncia. Não importa que o cartaz seja “pobre” e banal, a fotografia demasiado normal e a frase tão comum que qualquer pessoa a poderia dizer. e diz ao ponto de a esvaziar de sentido. Nada disso interessa. Digo mais: antes assim do que um fundo intelectual ou esteticamente elaborado e antes assim do fotografias de pose complexa acompanhadas de frases todas “porreiro, pá” ou tecnologicamente humoradas do ponto de vista semântico e rimadas do ponto de vista fonético, todas inventadas em laboratório esterilizado, após intenso e caro brainstorming criativo pelo gabinete dos especialistas em comunicação que cuidam de tudo por fora com verniz, luz, animação 3D e sem nunca esquecer a música épica a animar as gentes, e esquecem o que deve estar por dentro: um programa político simples, coerente e realista e, claro, o sentido de missão, o sentido do dever, a honestidade, a honra. Nos dias que correm isto é puro luxo.
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