José Sócrates, e os seus acólitos comunicacionais podem dar as voltas que quiserem à cabeça, esgotarem-se em brainstorming, consultarem dicionários de sinónimos e rimas para ajudar a fabricar os slogans e as frases “que ficam no ouvido”. Podem vasculhar catálogos de gadgets electrónicos acabados de sair e todas as novas tecnologias para “épater le bourgeois” e dar o lustro dos neons à pobreza portuguesa. Pode inaugurar escolas, lares, ou centros de excelência disto e daquilo; apresentar power-points bem como oferecer incentivos a plateias ensaiadas, ordenadas e agradecidas pelo obséquio. Pode, com ajuda da calculadora do Magalhães e a ajuda preciosa do sistema bancário calcular os descontos dos modelos de painéis solares das duas empresas bafejadas pela sorte do favor socrático, bem como calcular os descontos nas prestações das casas inferiores a 100€ para quem esteja desempregado. Pode pagar a “think tanks” para fazerem a “engenharia política” necessária para descobrirem a pólvora que só explode mediante um complexo cálculo de condições, mas sempre maximizando o impacto mediático, persistente com os actos eleitorais em pano de fundo, claro.
O problema é que não há nada a inventar. Dê-se a volta que se der, arranjem-se os incentivos que se arranjarem, os almoços nunca são de graça e a factura das medidas anti-crise desabarão em cima de todos, e talvez muito especialmente em cima daqueles que as medidas visavam defender. As medidas para efeito eleitoral nada ajudam a médio e a longo prazo (eu até duvido que sejam realmente úteis a curto prazo). A crise, a nossa e a que depois veio de “fora”, é uma crise que afecta a sociedade transversalmente, e a sociedade protuguesa não é excepção; é uma crise de todos sobretudo da classe média que, no nosso caso, não é particularmente rica. Por isso nenhum dos incentivos, medidas e apoios poderá ser eficaz no combate à crise. Só uma medida, clara e transparente como a água é que o poderia ser. Só que tem um problema: não é nova nem brilha como o neon, mas já foi usada e testada com sucesso por tantos e é amada sobretudo pelos políticos anglo-saxónicos em campanhas eleitorais, pois costuma ser do agrado de todos. os eleitores e contribuintes. Chama-se alívio da carga fiscal. Claro que esse alívio da carga fiscal exige uma gestão rigorosa dos dinheiros públicos, coisa que os nossos políticos não gostam, não estão habituados nem gostam que isso lhes seja exigido pois limita-lhes a faculdade de, arbitrariamente e de forma opaca, conceder benesses e favores sob forma de subsídios ou incentivos, a determinados grupos que nesse momento se apresentem melhores servidores dos interesses do grupo decisor.
Este é o retrato do combate à crise à maneira de José Sócrates, difícil de se levar a sério e pouco merecedor de aplauso.
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O problema é que não há nada a inventar. Dê-se a volta que se der, arranjem-se os incentivos que se arranjarem, os almoços nunca são de graça e a factura das medidas anti-crise desabarão em cima de todos, e talvez muito especialmente em cima daqueles que as medidas visavam defender. As medidas para efeito eleitoral nada ajudam a médio e a longo prazo (eu até duvido que sejam realmente úteis a curto prazo). A crise, a nossa e a que depois veio de “fora”, é uma crise que afecta a sociedade transversalmente, e a sociedade protuguesa não é excepção; é uma crise de todos sobretudo da classe média que, no nosso caso, não é particularmente rica. Por isso nenhum dos incentivos, medidas e apoios poderá ser eficaz no combate à crise. Só uma medida, clara e transparente como a água é que o poderia ser. Só que tem um problema: não é nova nem brilha como o neon, mas já foi usada e testada com sucesso por tantos e é amada sobretudo pelos políticos anglo-saxónicos em campanhas eleitorais, pois costuma ser do agrado de todos. os eleitores e contribuintes. Chama-se alívio da carga fiscal. Claro que esse alívio da carga fiscal exige uma gestão rigorosa dos dinheiros públicos, coisa que os nossos políticos não gostam, não estão habituados nem gostam que isso lhes seja exigido pois limita-lhes a faculdade de, arbitrariamente e de forma opaca, conceder benesses e favores sob forma de subsídios ou incentivos, a determinados grupos que nesse momento se apresentem melhores servidores dos interesses do grupo decisor.
Este é o retrato do combate à crise à maneira de José Sócrates, difícil de se levar a sério e pouco merecedor de aplauso.
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