“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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10.6.07

Ocean's 13

Há sempre quem goste dos hambúrgueres do McDonald’s, das diversões da Disneyworld, das pizzas da Pizza Hut, de ler Margarida Rebelo Pinto, de fazer excursões a Londres, de comprar time-sharing no Nordeste Brasileiro, e eu percebo o desejo e vontade de escolher pré-cozinhados, pré-embalados, pré-fabricados, pré-preparados, enfim coisas que de certa maneira têm o conforto de não nos surpreenderem muito, e de não exigirem muito de nós.

Recentemente desfrutei de um destes “pré-qualquer-coisa” na forma Ocean’s 13 de Steven Soderbergh: o conforto de o filme correr exactamente como esperado, a tranquilidade do argumento ser o que gostaríamos que fosse, a familiaridade dos actores consigo próprios na pele que já vestem e despem sem esforço, os gags que são como gostamos que sejam, os diálogos como imaginamos que vão ser, os ambientes como queremos ver, até as surpresas são as que surpreendem só na medida em que queremos ser surpreendidos, tudo tranquilo, sem exigir demasiado de ninguém, nem de um lado nem do outro. Não é um filme para emoções fortes, ou para marcar a história do cinema, muito menos para teses ou para militantes tomadas de posição sobre a arte ou sobre a existência humana. Só para ver e divertir, coisa simples. Eu gostei.

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