“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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11.6.07

Sobre Terrorismo

Depois de Ocean’s 13, vi Munique de Steven Spielberg que não tinha visto quando passou no cinema. É este o registo de Steven Spielberg de que gosto, colocando este filme ao nível de A Lista de Schindler e de O Regresso do Soldado Ryan. O filme, que não pretende ser uma reflexão sobre as origens ou a história do conflito Israelo-Palestiniano é, no entanto uma reflexão sobre o terrorismo. Sobre o jogo minado que o terrorismo trouxe nas relações formais entre os estados e entre os estados e os seus próprios cidadãos, numa altura em que o fenómeno era ainda pouco comum e pouco estudado. O filme deixa um rasto de mau estar talvez porque a sua acção centrada na resposta aos actos terroristas é ainda incerta e oscila entre uma vingança apadrinhada, mas não assumida pelo Estado de Israel, um ajuste de contas e um instinto de sobrevivência, com o excessivo peso moral dos actos de violência a cair sobre o “herói” patriótico. Nós sentimos o que o herói sente e vivemos o seu drama - Eric Bana tem um bom desempenho. Creio que nos dias de hoje o combate ao terrorismo começa a institucionalizar-se, apesar das vozes que tentam sempre compreender e justificar o fenómeno, ultrapassando assim o domínio da vingança, para se tornar uma questão de sobrevivência das nações, da civilização tal como a conhecemos.

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