Fico perplexa de cada vez que sei que alguém de vinte e poucos anos lança uma biografia. Desta vez é Pedro Mantorras a lançar a sua. Se biografia é escrever a vida, eu desejo uma longa vida a todos, Mantorras incluido, o que tira sentido ao que se pode escrever aos vinte anos por muito interessante que seja, e eu até parto do princípio que Mantorras terá histórias interessantes a contar. Poderão ser memórias de infância, ou o caminho até ao sucesso e fama - valores tão na moda e tão vendedores de livros, poderão ser milhares de pretextos, mas biografia? Parece dum pretenciosismo algo pesado para uma pessoa tão nova com uma vida pela frente.
Perguntaram-me há dias há quanto tempo tinha tirado a carta de condução. Não faço ideia, tenho que pensar, respondi. Depois percebi que para quem tirou a carta há três ou quatro anos, já passou uma eternidade. Para quem tem que pensar, parece que foi ontem, e que tem uma vida a viver.
Perguntaram-me há dias há quanto tempo tinha tirado a carta de condução. Não faço ideia, tenho que pensar, respondi. Depois percebi que para quem tirou a carta há três ou quatro anos, já passou uma eternidade. Para quem tem que pensar, parece que foi ontem, e que tem uma vida a viver.