Depois de ter escrito o post anterior vi na televisão o nosso Primeiro-ministro a entregar simbolicamente numa sala encenada e com figurantes a fazerem de alunos, quadros interactivos e computadores. Fico satisfeita que as escolas tenham bons computadores e que as crianças os incorporem no seu dia a dia e no seu processo de aprendizagem, mas acreditar e fazer-nos crer que estes equipamentos são fundamentais para o sucesso escolar e aprendizagem é mais um preocupante sintoma do vazio que enche tantas cabeças daqueles que nos governam e, neste caso, que decidem a política educacional.
O quadro interactivo e o seu funcionamento e potencialidades serão o centro de atenção da sala de aula. A interactividade vai passar por explorar o quadro e, mesmo que involuntariamente, vê-lo como um fim em si mesmo e não como um veículo nulo como até hoje tem sido o quadro preto. A interactividade desejada, eu diria mesmo a indispensável para uma boa aprendizagem, é sempre a que passa entre o professor e o aluno. Claro que é mais difícil do que depender de um quadro interactivo e computador: requer, para o professor, preparação, dedicação, trabalho e capacidade para acolher o aluno, com todas as suas capacidades e sobretudo potencialidades, mas também requer disciplina, atenção, esforço e trabalho por parte dos alunos. Sem estes ingredientes, por muitos quadros interactivos que haja, não há aprendizagem que sedimente e dê fruto. Mas de facto, o que é que interessa o conhecimento e o saber perante o manuseamento de um quadro interactivo?