Também no encontro com os jovens e lembrando a sua juventude durante o regime nazi, Bento XVI falou da necessidade de prezar a liberdade, democracia e respeito pelos direitos humanos que os jovens hoje, em contraste com a sua juventude, gozam nos EUA e nas democracias ocidentais. E mais uma vez, o Papa foi mais longe alertando contra os perigos do multiculturalismo e do relativismo moral. Se a referência ao relativismo moral é um tópico caro a Bento XVI, já a referência aos perigos do multiculturalismo é ousada porque mais incómoda dado que nos meios mais tolerantes se tende a uma posição algo passiva, que prefere tantas vezes fechar os olhos para não ter que se confrontar com problemas como o desrespeito pela democracia, liberdade de expressão, igualdade entre sexos e o abuso da violência. Alertando para os perigos do multiculturalismo Bento XVI questiona a “bondade” de todas as tradições e culturas que se confrontam (não necessariamente no sentido bélico) hoje e tão de perto com a nossa.
“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
holehorror.at.gmail.com
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22.4.08
Bento XVI nos EUA, 2
Dos Direitos Humanos
A apologia dos valores culturais do mundo ocidental nunca deixam de estar presentes nas diferentes intervenções do Papa o que também aconteceu nesta sua viagem aos EUA. Na ONU ele abordou a questão dos direitos humanos da sua importância para a paz e ousou apelar a uma universalidade no reconhecimento dos mesmos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) adoptada pelas Nações Unidas após os tantos abusos decorrentes da Segunda Guerra Mundial, nunca teve um carácter vinculativo e tem tido ao longo dos tempos os seus opositores mais ou menos silenciosos e continua ainda hoje a ser um tema que condiciona tantas vezes a agenda diplomática e política internacionais e, mais importante, condiciona a vida de milhões e milhões de seres humanos que são vítimas de abusos. Apelar à universalidade dos direitos, é insistir na profissão de fé na cultura humanista predominante no mundo cultural judaico-cristão e desafiar e impelir de forma clara a organização que os reconheceu e declarou a uma maior exigência dos seus membros no respeito pelos direitos humanos.
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Bento XVI,
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