Nada pior do que programas de humor que não fazem rir, sorrir, ou mesmo abrir mais os olhos. Nada pior do que o insulto com capa de "humor". De tanto ver referências em diversos blogues, acabei por querer saber e fui ouvir isto na TSF. É verdadeiramente interessante. Revela a pequenez de quem – achando-se muito “à frente” e muito “esperto”, não percebe patavina do assunto que em primeiro lugar o leva a fazer essa coisa a que chama humor e que mais não é do que uma sequência gratuita, sem nexo (nem graça) de insultos e ofensas pessoais. São todos muito “fracturantes” para as causas efémeras e luzidias que a modernidade inventa. Recusam, no entanto, com a indignação e escândalo próprios da bronquice e ignorância, a abordagem de matérias realmente fracturantes e de difícil abordagem e discussão e que têm sido, ao longo dos tempos, expressão da diversidade e e das incoerências do comportamento humano. É sempre mais fácil (também aqui nada de novo) insultar o mensageiro do que pensar e debater a mensagem. Sempre passar por cima das coisas, tratar do brilho das superfícies e pensar o impacto (muito importante o “impacto”): é tão “tá-sse!” dizer (só dizer, nada de explicar) palavras como “pederastia” às 9h20m da manhã na TSF.
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