De regresso ao nosso país fustigado pela chuva e vento, aqueço a casa, ligo a televisão e vejo que a notícia de destaque são as toneladas - ou centenas ou milhares, não percebi bem devido à nossa endémica falta de precisão numérica (que, note-se, parece nunca ter afligido nada nem ninguém, por muito estranho que possa parecer), de polvos que deram à costa e uma perna ou pé (também aqui ouvi e vi dados divergentes que pouco interessa apurar, diga-se) humano calçado. Este pormenor é que não falhou, como se a presença do sapato (ou bota) fosse o cerne da preocupação deste insólito caso.
Depois ouvi e li sobre a Mensagem de Ano Novo do Presidente Cavaco Silva que ao que parece se mostrou firme nas suas convicções sobre o estado do país, acabou com os equívocos sobre ingovernabilidade e – dizem – deu sinais de uma recandidatura. Hoje de manhã, entre nadas noticiados, vejo aqui denunciada mais uma manobra “criativa” de camuflar, esconder e iludir a verdade por parte do executivo de José Sócrates. Nada de novo, portanto.
O país começa o ano de 2010 com o mesmo entusiasmo com que acaba o de 2009. A única diferença parece estar nos polvos que dão à costa.