“… he resolved never again to kiss earth for any god or man. This decision, however, made a hole in him, a vacancy…” Salman Rushdie in Midnight’s Children.
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6.2.09

O Comissário Europeu para o Ambiente acha supérflua a discussão em Portugal sobre o caso Freeport, pois a Comissão Europeia analisou a questão baseada numa queixa apresentada pela Quercus em 2002 e concluiu que a construção do centro comercial não tinha impactos significativos sobre as aves protegidas pela ZPE, independentemente das modificações do seu perímetro. Estas declarações, para além de parecerem demasiado concertadas com o nosso governo e o braço longa da sua propaganda é absolutamente inoportuna. Primeiro porque a questão do caso Freeport não é uma questão técnica, como não é uma questão de justiça: é uma questão política (a lembrar: uma investigação do SFO do Reino Unido que põe em causa a pessoa do nosso primeiro ministro, a aprovação por um governo de gestão do licenciamento do projecto a uns dias das eleições, a celeridade com que as autorizações foram dadas comparando com casos semelhantes, a presença da família do então Ministro do Ambiente neste processo, as contradições entre o que os vários intervenientes dizem, o porquê do não andamento da investigação deste caso em Portugal desde 2005) à qual o nosso primeiro ministro continua a não dar respostas concretas e satisfatórias. Segundo porque cabe aos eleitores portugueses, e não aos burocratas em Bruxelas, decidir da pertinência e do supérfluo das discussões em Portugal. A democracia é assim, coisa que parece ser frequentemente esquecida em Bruxelas.
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