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26.12.09
23.12.09
Solo Dios Basta
Teresa de Ávila, Santa e Doutora da Igreja
22.12.09
2009 e 2010
20.12.09
Do Frio
Nikita permanecia imóvel desde que se sentara, coberto com a esteira, atrás do trenó. Como toda a gente que convive com a natureza e conhece a miséria, era paciente e capaz de esperar horas a fio, ou mesmo dias, sem se inquietar ou irritar. Tinha ouvido o patrão a chamá-lo, mas não respondeu – porque não se queria mexer nem falar. Embora ainda guardasse algum calor do chá que bebeu e se tivesse esforçado muito a andar na neve funda, sabia que esse calor não duraria para muito mais tempo e que já não teria forças para se aquecer andando e mexendo-se (...). Por todos os indícios passou-he pela cabeça que poderia morrer essa noite, mas a ideia não lhe pareceu especialmente desagradável nem assustadora. Não era desagradável porque a vida de Nikita, ao invés de ser uma festa permanente era um calvário de trabalho constante de que já começava a cansar-se. E não era muito assustadora porque , alem dos patrões como Vassili Andreitch, que servia neste mundo, se sentia dependente do patrão principal, o que o mandara para esta vida; e sabia que, mesmo depois de morrer, ficaria sob a alçada desse patrão, um patrão que não o ofenderia (...).
Lev Tolstói, O Diabo e Outros Contos, O Patrão e o Moço de Estrebaria.
Creio que esta colectânea de Contos de Lev Tolstoi foi, na minha juventude, a introdução à literatura russa. A partir daí fui lendo (e nalguns casos, relendo) ao longo dos anos Tchecov, Dostoievsky, e mais recentemente Pushkin, entre outros. Quando recentemente comprei esta colectânea procurava relembrar como eram estes contos, o que os diferenciava (tudo, mas isso não é para agora) dos de Tchecov sempre presentes porque os leio e releio com muita frequência, mas procurava também, percebi isso depois de ler, reencontrar a emoção que tinha sentido ao ler este conto O Patrão e o Moço de Estrebaria que nunca esqueci. O meu primeiro contacto literário, e não só, com o frio da Rússia, mas também a imensidão e a neve, a noite, a morte, a facilidade com que se dispunha da vida de outro (um criado), o álcool, a ambição, a crueldade da natureza que não se adapta ao desejo e à pressa do homem. Essa emoção, esse sentido trágico do conto está totalmente intacto na leitura de hoje como na leitura de há tantos anos. Impossível lê-lo sem sentir frio. Como sempre me lembrei deste conto (dos outros lembrava vagamente) como um dos contos de Tolstói, a surpresa quanto ao desenrolar da narrativa era irrelevante no fazer do trágico, porque mesmo numa primeira leitura esse “final” vai-se construindo e adivinhando ao longo da leitura, sobretudo através do olhar de Nikita (moço de estrebaria) que, ao contrario do Patrão que tem pressa em chegar, é um observador do desenrolar dos acontecimentos: sem ímpetos, com resignação e sem pressa. E depois, como diz também Nikita, em relação ao final , na última frase do conto: “Todos nós o saberemos, não vai tardar muito”.
18.12.09
17.12.09
Agora que o Conselho Superior da Magistratura concluiu ter Lopes da Mota pressionado os investigadores do caso Freeport aplicando-lhe uma pena, seria bom fazer as perguntas seguintes. Porquê? A pedido de quem? E para evitar que se investigue o quê ou quem? Parece haver aqui matéria suficiente para avançar na investigação.
O País das Maravilhas
13.12.09
A Queda do Muro de Berlim e os Anos 80 (uma visão) 3
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